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 “Virar a página”, é o que a campanha de Bolsonaro planeja após indulto e apostar mais na economia

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O indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e a defesa da liberdade de expressão impactaram positivamente nas agendas política e eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, o desejo da pré-campanha é “virar a página” e passar a dar mais ênfase às agendas econômica e social.

Os aliados que defendem uma atenção maior às pautas econômicas e sociais nos discursos e agendas de Bolsonaro pelo país reconhecem que aspectos da chamada “agenda ideológica” devem ser defendidos e permanecerão, mas com menor foco. A análise feita por aliados da base governista — os quais incluem caciques do Centrão — é de que o governo já conquistou os votos possíveis com a defesa do indulto. Aliados de Silveira também entendem a pauta tende a perder força.

Desde a semana passada, coordenadores eleitorais de Bolsonaro e seus aliados mais próximos começaram a defender uma mudança gradual da agenda, com inserções pontuais nas redes sociais e falas sobre assuntos relacionados à economia.

A expectativa é de que Bolsonaro e governistas intensifiquem as falas sobre o Auxílio Brasil e os feitos adotados para atenuar os impactos da pandemia da Covid-19 e da guerra na Ucrânia sobre o bolso das famílias brasileiras. É consenso entre interlocutores e aliados que a reeleição só será conquistada com uma comunicação eficaz e exaustiva na linha de “como o governo evitou o pior”.

“Se a economia melhorar, aí, ninguém ganha do presidente. Mas, para não dependermos apenas disso, o governo vai se esforçar para informar a população de que, se a economia não ‘explodiu’, foi porque veio a pandemia e a guerra, e que o pior foi evitado com o Auxílio Brasil e o auxílio emergencial”, explica um interlocutor do governo. “É esse o debate que vai definir a eleição”, acrescenta.

Governo inclui reajustes, contratações de servidores e família na agenda da economia

A sugestão feita por aliados de Bolsonaro é que o presidente não restrinja suas defesas à pauta econômica apenas nas redes sociais, o incorpore mais ao discurso do dia a dia e o intensifique. A recomendação é feita não apenas para o Auxílio Brasil, mas também para a geração de empregos e contratações de servidores.

Nesta segunda-feira (2), por exemplo, Bolsonaro disse a apoiadores que serão abertas 1 mil novas vagas para a Polícia Federal (PF) e outras 1 mil vagas para a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O presidente aproveitou a conversa com os apoiadores para rebater e provocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), provável adversário nas urnas em outubro.

Chamou o petista de “cara de pau” por culpá-lo pela alta da inflação e destacou que a alta dos preços vem do “fique em casa e a economia a gente vê depois”, quando os estados restringiram o funcionamento da atividade econômica. Também provocou a fala crítica feita pelo ex-presidente a policiais. “Eu estou resolvendo a questão da PF e da PRF porque são até lucrativas para nós. Apreensões, combate à corrupção. Por isso um cara de nove dedos falou que eu não gosto de gente, eu só gosto de polícia”, disse.

A proposta às polícias é um gesto que ele faz para atender uma categoria-chave para seu eleitorado e, também, faz parte do aceno que o governo tem feito de mitigar o desconforto de servidores públicos após o governo sinalizar com um reajuste de 5% a todos os servidores. Em entrevista na sexta-feira (29), Bolsonaro defendeu o índice.

“Parece que desagrada a todo mundo. Alguns falam, então dá zero. Não pode fazer isso aí, tem muita gente que se for nessa linha, 5% interessa a eles. Nós dois últimos meses a inflação passou de 3%, o negócio está pegando pesado para todo mundo”, declarou em entrevista à rádio Metrópole FM, de Cuiabá (MT).

O reajuste acenado pelo governo a servidores mostra uma concessão feita por Guedes à ala política. Interlocutores da equipe econômica sustentam que ele está mais disposto a dialogar com o núcleo político do governo e superar as diferenças e a queda de braço gerada ainda no debate interno que elevou o Auxílio Brasil para R$ 400.

A geração de empregos e acenos à família são apostas que o governo vai adotar. A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que auxilia a estratégia eleitoral de Bolsonaro, vai encampar o discurso de geração de emprego e renda nos bairros e centros-administrativos onde moram os brasileiros, em especial as chefes de família que residem em áreas mais pobres. A ex-ministra, que pode ser um nome para o Senado ou como vice de Bolsonaro, vai circular no país e está com um discurso pronto para unir as agendas social, econômica e da família. “Nós queremos que essa mulher e esse homem de baixa renda trabalhem na sua região. Querem diminuir o seu tempo de trabalho e translado de um local para o outro. É o discurso que a ministra vai levar ao Brasil”, diz um interlocutor.

Fonte: Gaveta do povo

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