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Feira da Agrobiodiversidade reúne guardiães de sementes no Semiárido Show

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A III Feira da Agrobiodiversidade – Superando a fome e semeando vida, realizada, na quarta (2), no Semiárido Show, em Petrolina, reuniu guardiães de sementes crioulas de comunidades apoiadas pelo Governo do Estado, por meio do projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Pró-Semiárido. A importância das sementes para a preservação da Caatinga, segurança alimentar e manutenção da vida no Semiárido norteou as discussões durante o evento.

A atividade foi realizada pela CAR/Pró-Semiárido, em parceria com o Serviço de Assessoria a Organizações Populares (Sasop) e a Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa da Bahia (CPC-BA/MPA), organizações envolvidas na execução do Projeto Sementes Crioulas, ação estratégica para preservação da biodiversidade e promoção da alimentação saudável e livre de transgenia no Semiárido. A realização da Feira foi apoiada pelo Instituto da Pequena Agricultura Apropriada (Irpaa) e pela Embrapa Semiárido.

“As sementes expostas aqui hoje são o futuro, o nosso tesouro. O mundo está em busca disso e a Feira vem mostrar mais uma vez o que temos e o quanto a nossa natureza é rica e o trabalho das famílias agricultoras é valioso. Um valor que não é só econômico, mas social e cultural”, disse Maria Auxiliadora, coordenadora da Embrapa Semiárido, durante a abertura do evento.

A agricultora Maria Silvani resumiu o sentimento das famílias guardiães presentes na Feira. “Nós estamos resgatando o que estávamos perdendo, melhorando nosso dia a dia e plantando hoje um futuro melhor para as próximas gerações”.

O Projeto Sementes Crioulas trabalhou diretamente com 89 guardiães de sementes como dona Silvani. Fruto desse trabalho, até o momento, foram catalogadas 325 variedades de sementes multiplicadas para 833 famílias. Foram plantadas 58.697 mudas, construídos 11 Sistemas Agrícolas Resilientes, uma Casa de Sementes e 64 canteiros da agrobiodiversidade.

“É importante dizer que nós não formamos os guardiões e guardiães de sementes, nós demos força para eles e elas. Esse saber já era das famílias. Nós chegamos para somar e para reforçar os princípios agroecológicos dentro desse processo. Hoje, muito se fala em intensificar a produção sustentável, mas o que nós defendemos é a intensificação agroecológica”, pontuou o subcoordenador do Componente Produtivo do Pró-Semiárido, Carlos Henrique Ramos.

Além das discussões e troca de experiências relacionas ao resgate e à preservação das sementes, entre os (as) agricultores (as), houve premiação para os (as) guardiães com maior diversidade e número de sementes expostas na Feira, entre outras categorias. “Nós guardamos semente por amor. É algo que vem dos nossos antepassados, é cuidar das coisas de Deus. Se a gente não guardar, será que nossos netos vão conhecer o que a gente tem hoje?”, questionou a agricultora Luciana Miranda, do município de Várzea do Poço, território Piemonte da Diamantina.

Além dos (as) guardiães de sementes, equipes técnicas, representantes de movimentos sociais e instituições, participaram do evento em uma mesa de diálogo sobre políticas públicas e agrobiodiversidade, com o representante do Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, do Movimento dos Pequenos Agricultores, Leila Santana, e da Embrapa Semiárido, Alineaurea Florentino.

Lançamentos

Durante a Feira, foram lançadas duas publicações, o Manual para Construção e Manutenção do Biodigestor e o Manual Sistemas de Tratamento de Esgoto e Reuso Agrícola, ambas trazem o passo a passo para a construção, utilização e manutenção dessas importantes tecnologias sociais e ambientais para a convivência com o Semiárido.

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