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“Eu estava segurando a mão dele. A polícia atirou sem mais nem menos”, diz mãe de menino morto em Maricá

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A mãe de Dijalma de Azevedo Clemente, o garoto de 11 anos que perdeu a vida nesta quarta (12) em um tiroteio em Maricá, relatou que estava levando seu filho à escola quando ocorreu uma situação em que “a polícia começou a disparar”.

“Eu estava segurando a mão dele. A polícia começou a atirar sem aviso”, afirmou Adjailma de Azevedo Costa ao g1, ao chegar à Delegacia de Homicídios de Niterói para prestar depoimento.

Dijalma foi atingido do lado de fora de um conjunto habitacional em Inoã. O menino estava vestido com seu uniforme escolar, já que frequentava a Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro.

Mais cedo, ainda no local, Adjailma disse que o filho caiu perto dela ao ser alvejado.

“Quando percebi que ele caiu, um policial militar se aproximou. Meu filho não é traficante. Ele é uma pessoa especial com problemas. Todos sabem que ele é especial. Ele estava a caminho do Caps e recebendo tratamento. Por que não atiraram em mim? Por que fizeram isso?”, questionou a mulher.

Pouco depois das 10h30, o corpo do estudante foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, em Niterói. Dijalma completaria 12 anos em novembro e era o irmão mais velho de duas crianças, com 10 e 8 anos de idade.

Mochila foi rasgada pelo tiro que matou Dijalma

“É uma dor que não desejo a ninguém. É uma situação extremamente triste. Eu quero justiça. Vou seguir em frente com isso, porque não pode ficar impune. Embora não possa trazê-lo de volta, a saudade permanecerá eternamente em meu coração”, acrescentou a mãe.

“Meu filho era tão alegre, brincalhão, brincava com todo mundo, adorava soltar pipa. Ele era tudo para mim. Perdi meu filho mais amado. Ainda tenho mais dois filhos, mas ele era o que estava sempre ao meu lado. Perdi meu alicerce”, disse ela.

Os vizinhos de Dijalma relataram que a bala que o tirou a vida atravessou seu corpo, perfurou uma mochila e só parou no carro de um morador.

A cozinheira Betânia de Almeida levou a mochila perfurada pelo projétil para a delegacia. “Os policiais militares sempre entram nesse horário, quando as crianças estão saindo para a escola”, afirmou.

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