Os desafios na realocação de ambulantes no calçadão de Valença

Nesta terça-feira (07), a Prefeitura de Valença anunciou a decisão de realocar os ambulantes que atualmente ocupam o calçadão da cidade. Embora a medida não seja inédita, ações similares realizadas no passado demonstraram dificuldades em sua implementação, com o espaço público voltando rapidamente a ser ocupado por comerciantes informais.

A resistência por parte dos ambulantes tem sido um dos principais obstáculos. Muitos justificam a permanência no calçadão pelo alto fluxo de pedestres, que impulsiona suas vendas, e pela incerteza de que novos locais possam garantir o mesmo volume de compradores.

No entanto, há outras dimensões a serem consideradas nesse debate.

Os comerciantes formais, que pagam altos aluguéis e impostos, precisam competir diretamente com ambulantes que comercializam os mesmos produtos sem arcar com as mesmas obrigações tributárias.

Por exemplo, supermercados competem com ambulantes que vendem alimentos semelhantes a preços mais baixos, muitas vezes sem atender a regulamentações sanitárias. Lojas de roupas, por sua vez, disputam clientes com vendedores informais que oferecem peças sem pagar impostos ou cumprir regras trabalhistas.

Outro ponto sensível é a venda de alimentos a céu aberto. Embora os preços acessíveis atraiam muitos consumidores, a falta de infraestrutura adequada, como refrigeração, higiene e proteção contra agentes externos, pode representar riscos à saúde pública. Além disso, a ocupação desordenada do calçadão compromete o trânsito de pedestres e a acessibilidade, prejudicando a experiência de quem circula na área.

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