Na noite de 5 de janeiro, a atriz Fernanda Torres foi premiada com o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz, graças ao seu trabalho no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. O drama retrata um Brasil imerso no período da ditadura militar, e Fernanda dá vida a Eunice Paiva, uma das maiores ativistas dos direitos humanos no país.
O momento em que Viola Davis anunciou o nome de Torres como vencedora repercutiu tanto no Brasil quanto no exterior. Fora do país, a vitória foi considerada “surpreendente”, especialmente porque a brasileira desbancou algumas das maiores estrelas de Hollywood. Para os brasileiros, o impacto não veio apenas do alto nível da concorrência, mas também do reconhecimento internacional de uma produção nacional – algo que, convenhamos, não ocorre frequentemente.
Os holofotes internacionais voltados para Fernanda não iluminaram apenas sua carreira como atriz ou a história de Eunice Paiva, mas também destacaram as produções culturais brasileiras, repletas de riqueza, detalhes e histórias comoventes. Por muito tempo, essas narrativas não ultrapassaram as fronteiras do país, e essa vitória trouxe à tona a força da nossa cultura no cenário global.
Como a própria Fernanda destacou em seu discurso, “A cultura é importante para a identidade nacional, para o sentimento de pertencimento que ela cria no país.” Ainda Estou Aqui refletiu a realidade brasileira de forma tão fiel que muitos de nós nos enxergamos nele. As ruas, as casas, as palavras e as vestimentas nos transportaram para um Brasil que conhecemos – um Brasil marcado pela luta e resiliência.
Tudo isso se torna ainda mais significativo ao lembrarmos que Eunice Paiva, interpretada por Torres, foi uma figura real. Ela viveu os horrores da ditadura militar e deixou um legado de resistência em um dos períodos mais cruéis da história do Brasil. O filme Ainda Estou Aqui nos convida a revisitar esse passado, não apenas para honrar a memória daqueles que lutaram, mas também para evitar que os erros cometidos se repitam no futuro.
Fernanda Torres conquistou o prêmio e também reacendeu o orgulho e a consciência sobre a importância da nossa cultura e história.