Após registrar 0,16% em março, a inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou e fechou o mês de abril em 0,38%. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, ficou acima das expectativas do mercado financeiro, que projetava um índice entre 0,33% a 0,35% para o período.
Apesar da alta em abril, no acumulado da inflação nos últimos 12 meses houve redução no indicador. De acordo com o IBGE, o IPCA fechou abril com resultado de 3,69% no acumulado de 12 meses, contra 3,93% verificados no mês anterior.
O índice de 0,38% apurado pelo IBGE para o mês de abril também ficou abaixo do que havia sido registrado no mesmo período do ano passado: naquele mês, a inflação oficial chegou a 0,61%. Neste ano de 2024, o índice inflacionário alcançou 1,80%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE para a composição do IPCA, sete tiveram alta no mês de abril. Os grupos que registraram os maiores impactos no índice foram Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Alimentação e bebidas (0,70%), com 0,15%.
Na sequência dos grupos com maiores altas, tanto Vestuário (0,55%) como Transportes (0,14%) contribuíram com 0,03% na composição do índice de abril. Os demais grupos pesquisados ficaram entre o -0,26% de Artigos de residência e o 0,48% de Comunicação.
No grupo Saúde e cuidados pessoais, a maior contribuição (0,10%) saiu dos aumentos de preços de produtos farmacêuticos (2,84%), após a autorização do reajuste de até 4,50% para os medicamentos, a partir de 31 de março. Destacam-se as altas do antidiabético (4,19%), do anti-infeccioso e antibiótico (3,49%) e do hipotensor e hipocolesterolêmico (3,34%).
Em Alimentação e bebidas, pesou na composição do IPCA a alimentação no domicílio, que acelerou de 0,59% em março para 0,81% em abril. Foram observadas altas nos preços do mamão (22,76%), da cebola (15,63%), do tomate (14,09%) e do café moído (3,08%).
Nos índices das 16 capitais pesquisadas pelo IBGE, somente Fortaleza (-0,15%) registrou queda de preços no mês de abril, principalmente por conta do recuo na gasolina (-3,97%) e na energia elétrica residencial (-3,80%). Já a maior variação ocorreu em Aracaju (0,78%), influenciada pelas altas da cebola (27,77%) e do tomate (23,20%).
Depois de ter registrado aumento de preços de 0,16%, a cidade de Salvador verificou aceleração da inflação em abril, fechando o mês com índice de 0,63%, o terceiro maior entre as capitais pesquisadas e bem acima da média nacional, de 0,38%.
No resultado dos últimos 12 meses, entretanto, a capital baiana tem uma inflação de 3,49%, abaixo da média do país, que ficou em 3,69%. Com a aceleração verificada em abril, o IPCA de Salvador no ano chegou a 1,90%, acima do total nacional, que foi de 1,80%.
FONTE: g1 BA