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Casa de Ogum é tombada como patrimônio cultural de Salvador

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A Casa de Ogum, como é conhecido o Okutá de Ògún, localizada no bairro do Candeal, em Salvador, foi tombada como patrimônio cultural do município. O terreiro é o único registrado no Brasil exclusivamente dedicado ao orixá.

A cerimônia aconteceu nesta segunda (13) e serviu para oficializar o templo como bem de valor histórico, cultural e arquitetônico da capital baiana. O espaço faz parte da história da comunidade do Candeal e o tombamento garante que os ritos e atividades sejam preservados e transferidos para outras gerações.

Mãe de Santo do templo religioso, Dona Didi, de 103 anos, considerou este como um grande momento para a Casa de Ogum. “Me sinto honrada de chegar a esta idade ainda à frente desse espaço tão valioso para todos nós. Tenho a felicidade de participar de um momento ímpar com a lucidez garantida por Deus e os orixás”, disse.

Segundo a Fundação Gregório de Matos, entidade ligada à prefeitura de Salvador, dentre suas particularidades, a Casa de Ogum é o único espaço de culto à divindade no Brasil, que segue mantendo os ritos como ocorrem na África, onde cada região cultua uma divindade da diáspora africana.

A Casa bicentenária foi fundada ainda no século XIX por uma princesa e sacerdotisa nigeriana Josefa de Santana, responsável pela compra do terreno e da liberdade de um escravizado, com quem se casou.

O cantor e compositor Carlinhos Brown, oriundo do bairro e da casa de santo, enalteceu a resistência da cultura negra da Bahia. “Não temos que ir pelo caminho dos intolerantes, pois o Brasil foi edificado pelo povo negro, e hoje, com este terceiro tombamento, é mais uma forma de reerguer toda a dinastia africana que veio para a Bahia e o Brasil. É um acerto da Prefeitura. Então, que todos que verdadeiramente representam este povo sejam sempre respeitados. É uma honra fazer parte disso tudo que hoje acontece aqui”, disse Brown

O processo de tombamento da Casa de Ogum foi iniciado em 2019 e faz parte do Programa Salvador Memória Viva, da gestão municipal, que prevê uma série de ações de preservação dos bens materiais e imateriais da capital baiana.

Fonte: Agência Brasil

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