Valença, essa joia do Baixo Sul baiano, já conhecida por suas belas praias e o incomparável acarajé, agora brilha em outra arena: a das eleições municipais. Não que política seja novidade por aqui, mas a batalha épica que se desenrola entre Jucélia Nascimento do Podemos e Marcos Medrado do Partido Verde, parece um roteiro de novela mexicana com direito a tudo: intrigas, petições e, claro, uma pitada generosa de drama jurídico.
Se a eleição é uma festa da democracia, então Valença decidiu caprichar no enredo. Jucélia e Medrado, resolveram subir ao ringue jurídico. Qualquer deslize, qualquer palavra mal colocada ou carro de som que passa um decibel acima do permitido é motivo para uma ação. Aparentemente, em Valença, vale mais a canetada do que o voto de confiança.
E no meio deste ringue, temos o juiz eleitoral Leonardo Rulian, que deve estar se perguntando por que não escolheu um destino mais tranquilo como, digamos, moderar audiências entre famílias. Pelo andar da carruagem – que, aliás, já está bastante avariada de tanto ir e vir ao fórum – o bom juiz terá de lidar com mais de 200 processos até o fatídico dia 6 de outubro.
Caro leitor, imagine a cena: um erro assimétrico aqui (sim, você leu certo), uma vírgula fora do lugar acolá, um jingle um tanto exaltado passando na praça… pronto! Lá vem mais um pedido de multa, mais um pedido de resposta, mais uma liminar. Se não for assimétrico, não está valendo em Valença.
Os advogados, esses sim, estão sorrindo de orelha a orelha. Para eles, esta eleição é um prato cheio, literalmente. O que falta em debates públicos, sobra em petições. O direito eleitoral se tornou o verdadeiro programa de auditório, e o palco é o tribunal.
Enquanto isso, os eleitores, o povo que deveria ser o protagonista deste grande evento democrático, assiste de camarote. Talvez se perguntem: qual é a verdadeira intenção por trás dessa avalanche de processos? Justiça ou só uma tática para confundir, cansar e, quem sabe, vencer pelo cansaço?
Valença segue em ritmo de festa, mas a festa é no fórum. E se engana quem pensa que o espetáculo está próximo do fim. Afinal, até o último voto ser contado, cada deslize, cada respiração mais ofegante pode render um novo capítulo nesta novela que, convenhamos, merecia ser escrita por Stephen King.
Vamos acompanhar os próximos episódios. E torcer, claro, para que a equipe do bom juiz Leonardo Rulian tenha um estoque considerável de paciência. Ele vai precisar!