Um inseto é o principal transmissor do vírus que pode causar a doença. É o culicoides paraensis, que se prolifera em lugares úmidos e com materiais em decomposição.
Na semana passada, a Bahia confirmou duas mortes provocadas pela febre Oropuche. Não havia nenhum registro no mundo de morte por essa doença. O estado de alerta foi na cidade de Valença, no Baixo Sul Baiano, onde morava Cláudia Souza, de 24 anos, que morreu por febre Oropouche.
Um inseto é o principal transmissor do vírus que pode causar a doença. É o culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que se prolifera em lugares úmidos e com materiais em decomposição.
“Dor de cabeça, dor nos olhos, febre. Não é uma febre tão alta, mas você tem febre. A resposta imune do Oropouche, ainda não conhecemos. Como é que nossas células estão respondendo ao ataque desse vírus? Então, isso precisa ser melhor investigado e analisado”, explica Gubio Soares, virologista da UFBA.
O Ministério da Saúde registrou mais de 7,2 mil casos em 2024. A maior parte no Amazonas e Rondônia. Como a Bahia não tinha registros de febre Oropouche, só depois da circulação de casos em outras regiões do país é que o Laboratório Central do Estado passou a investigar a doença. A primeira notificação foi em março de 2024. Desde então, já são mais de 830 casos.
A maioria no sul e baixo sul baiano – região das mortes confirmadas: duas mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades. Segundo o Ministério da Saúde, até então, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de mortes pela doença. E investiga-se se as mortes causadas pela febre do Oropouche têm relação com uma versão mutante do mosquito.
“Por ser uma doença, até então, nova dentro do nosso estado e uma vigilância que está sendo estruturada. O Ministério da Saúde está junto aos estados que apresentam a detecção desse vírus, estabelecendo reuniões, uma comunicação bem fluida e contínua justamente para que nós tenhamos todas as orientações necessárias para que nós venhamos a repassar para os municípios”, diz Sandra Oliveira, coordenadora de Doença de Transmissão Vetorial.
A orientação básica dos Ministério da Saúde é a mesma da dengue: acabar com os focos de mosquito e procurar atendimento nos primeiros sintomas.
FONTE: g1 BA