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Parque de diversões começa a ser desmontado após jovem perder braço em acidente

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Segundo a advogada Sara Barros, que representa o dono do brinquedo, a desmontagem dos brinquedos foi liberada pela Polícia Civil na terça-feira (20), após realização de perícia

O parque de diversões onde foi registrado um acidente, no bairro de Cajazeiras, em Salvador, começou a ser desmontado na terça-feira (20). Um jovem de 20 anos teve o braço amputado após se machucar em um dos brinquedos, na quinta-feira (15).

Durante a desmontagem, familiares Andrei Peroba, vítima que teve o braço amputado, questionaram a situação, houve um princípio de tumulto e a polícia foi acionada para garantir a segurança dos funcionários.

Segundo a advogada Sara Barros, que representa o dono do brinquedo, a desmontagem foi liberada pela Polícia Civil na terça-feira, após realização de perícia.

Ainda segundo a advogada, desde sexta-feira (16) que procurou a mãe de Andrei, porém não conseguiu contatá-la. Sara Barros disse que, no sábado (17), falou com o advogado que representa a família do jovem e que os parentes teriam se recusado a receber suporte.

O parque de diversões Mundo Encantado se pronunciou sobre o ocorrido e disse, por meio de nota, que lamentava o acidente ocorrido e informou que todas as instalações passam por rigoroso controle de segurança.

Os donos do parque de diversões foram notificados pela Diretoria de Ações de Proteção e Defesa do Consumidor (Codecon).

De acordo com a Codecon, os responsáveis pelo equipamento devem apresentar os documentos necessários para comprovar a permissão de funcionamento e a realização das manutenções exigidas. O prazo termina nesta quarta-feira (21).

Caso os donos do parque não apresentem os documentos, eles poderão ser autuados por “desobediência”.

Protesto

Na segunda-feira (19), familiares de Andrei Peroba pediram justiça durante um protesto no local que o parque foi instalado. Na manifestação, a tia do jovem foi atropelada por um carro e o momento foi flagrado pela equipe de reportagem da TV Bahia.

A situação aconteceu às 12h18, quando os familiares de Andrei Peroba seguravam cartazes no meio da rua. O motorista do carro, de cor preta, avançou na direção do grupo e atingiu Andressa Peroba, que teve ferimentos leves no joelho.

Sentada no chão, ela desabafou sobre a situação do sobrinho. “O carro passou por cima de mim, queria me matar, mas eu não vou calar minha boca. Eu quero justiça pelo meu sobrinho, eu não estou roubando, matando, só quero justiça pelo meu sobrinho”, afirmou.

Jovem teve abraço amputado

Na noite de quinta-feira (15), Andrei Peroba foi até o parque após o trabalho para se divertir com a irmã de 17 anos e a prima de nove. O rapaz segue internado no Hospital Geral do Estado (HGE).

O protesto começou por volta das 6h de segunda. A mãe das vítimas, Linéia Peroba, estava entre os protestantes e afirmou que o jovem não recebeu nenhuma assistência do estabelecimento.

“Eu quero uma resposta. Em alguns vídeos que eu vi, disseram que iam entregar essas porcaria aqui perfeita. Venha cá, vocês vão me entregar meu filho perfeito? Porque Deus me deu meu filho perfeito e essa porcaria aqui tentou destruir meu filho, destruiu o sonho do meu filho”, disse a mãe, revoltada.

Ainda segundo a mãe do jovem, Andrei Peroba está extremamente abalado com a situação. O rapaz conseguiu um emprego há três meses e foi ao parque com a prima e a irmã para se divertir.

O local fica no Campo da Pronaica, no bairro Cajazeiras 10, e tem alvará de funcionamento. Após o acidente, o espaço foi interditado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur).

Os três familiares estavam no brinquedo estilo pêndulo, quando o equipamento despencou e atingiu o chão. O jovem teve o braço esmagado e testemunhas relataram que havia muito sangue no local. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o HGE.

A irmã de Andrei, Andreia, também se machucou. Apesar disso, os ferimentos foram leves e ela foi liberada depois de ser atendida no Hospital Eládio Lasserre.

Ela contou que havia visitado o parque outras vezes e, por isso, não desconfiava da falta de segurança dos equipamentos. Inicialmente, Andreia pensou que o tombo sentido pelas pessoas que estavam no brinquedo era algo natural.

Outras pessoas que estavam no parque ouviram um estalo, que foi seguido de um estrondo.

Esse não é o primeiro caso de acidentes registrados no parque, já que quatro dias antes, uma estudante precisou levar quatro pontos no braço após se cortar em outro equipamento.

O que dizem as autoridades

A Sedur informou que o local deverá ficar fechado até a emissão do laudo de perícia técnica que, segundo o Departamento de Polícia Técnica (DPT), tem o prazo de 10 dias, que pode ser prorrogado. O dono do parque de diversões ainda não se pronunciou sobre o acidente.

De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), a suspeita é que o acidente foi causado por falha mecânica ou falta de manutenção – o que só poderá ser comprovado com a perícia.

Em nota, o Corpo de Bombeiros confirmou que prestou socorro à vítima e que fez a vistoria do parque em relação a prevenção de incêndio e pânico. A vistoria em relação a manutenção dos equipamento não é feita pela corporação.

A Câmara Municipal de Salvador requereu acesso aos documentos que autorizaram:

  • a instalação do parque no local;
  • o funcionamento do brinquedo em que aconteceu o acidente;
  • esclarecimentos sobre a realização de vistorias técnicas nos equipamentos do parque.

A Polícia Civil investiga o caso.

FONTE: g1 BA

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