Com o risco de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) amargar mais uma derrota no parlamento, o Executivo liberou, na quarta (31), mais de R$ 1,7 bilhão em emendas para os parlamentares. A liberação ocorre no limite do prazo da MP dos Ministérios, que durante aprovação do relatório na Câmara esvaziou as pastas de Marina Silva e de Sônia Guajajara, em uma das mais amargas derrotas do governo no Congresso.
Agora, o Planalto tenta reverter a situação na Câmara onde precisa votar a MP até quarta (31), para conseguir tentar aprovação no Senado até o dia 1º de junho, antes da medida perder a validade e o governo voltar ao desenho da Esplanada da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
A liberação de recursos da última quarta significou um recorde dentro do terceiro mandato de Lula, mas pode não ser suficiente para frear o descontentamento dos parlamentares com a articulação política do governo, encabeçada por Alexandre Padilha e pela coordenação da Casa Civil, comandada pelo ministro Rui Costa.
Na quarta, em conversa com jornalistas após participar de uma reunião reservada da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência no Senado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que “a liberação de recursos para emendas e nomeações não é função da Casa Civil”.
A maior parte das emendas liberadas na quarta está vinculada a ações do Ministério da Saúde, e devem se direcionar a prefeituras em que parlamentares apresentaram emendas ao orçamento.
Lira e Lula conversam
Após a reunião de emergência com o núcleo da articulação política do governo, o presidente Lula telefonou para Lira manhã dessa quarta. Os dois devem se encontrar no final da tarde, mas até o momento o encontro não foi confirmado. Mais cedo, após participar de um almoço com o alto comando da Aeronáutica, o presidente quando questionado por jornalistas sobre a reunião com o Lira, riu e disse que “eu falo com vocês depois de acontecer”, confirmando a intenção em se encontrar com o presidente da Câmara ainda na quarta.
Fonte: Correio Braziliense