Caso aconteceu em Planalto, no sudoeste do estado, e é investigado pela Polícia Civil.
Um adolescente de 14 anos morreu um dia após dar entrada no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), no sudoeste da Bahia. Antes de morrer, ele contou que comprou uma seringa, amassou uma borboleta e aplicou o líquido que saiu do animal na perna.
Davi Nunes Moreira morreu na quarta-feira (12). O pai do adolescente percebeu que o filho mancava uma semana antes. Ao ser questionado, o garoto disse que tinha se machucado enquanto brincava. A Polícia Civil investiga o caso e aguarda o laudo da perícia para atestar a causa da morte.
O pai levou Davi a um hospital de Planalto, onde eles moravam, depois que o menino vomitou. Davi ficou sete dias internado lá e, depois, foi transferido para o HGVC.
Uma semana antes, o pai do adolescente percebeu que o filho mancava. Ao ser questionado, o garoto disse que tinha se machucado enquanto brincava.
O pai da criança contou que antes de morrer, o menino revelou para a profissional que foi em uma farmácia, comprou a seringa, fez a substância e aplicou na perna. O garoto não explicou que borboleta ele amassou.
Após a morte do filho, quando foi arrumar a casa, o pai do adolescente encontrou a seringa citada pelo menino embaixo do travesseiro. O velório e enterro de Davi aconteceu na sexta-feira (16).
🦋 Por que amassar uma borboleta, misturar com água e injetar pode ser fatal?
Segundo especialistas, a manipulação de fluidos biológicos de insetos pode representar sérios riscos à saúde.
Isso porque, as borboletas, como outros insetos, possuem substâncias em seus corpos que não são seguras para o organismo humano. De forma geral, as borboletas até podem carregar substâncias tóxicas que funcionam como mecanismos de defesa contra predadores.
Entre os exemplos mais conhecidos está a borboleta-monarca, cujas lagartas se alimentam de algodão-de-seda e acumulam compostos tóxicos que afastam predadores.
No entanto, a quantidade dessas toxinas costuma ser muito pequena a para representar um risco grave à saúde humana, especialmente por meio de uma injeção acidental.
“As borboletas têm uma biologia complexa, e os fluidos presentes em seus corpos não foram estudados de forma aprofundada quanto à toxicidade para seres humanos”, explica o professor Marcelo Duarte, diretor do Museu de Zoologia da USP e especialista em borboletas e mariposas (lepidoptera).
Por isso, o grande problema aqui é o fato de que a introdução de qualquer líquido não estéril (sem tratamento adequado para o uso no corpo humano) pode causar infecções graves, especialmente quando há contato com a corrente sanguínea.
“Ao injetar uma substância desconhecida, a pessoa corre o risco de ter reações alérgicas severas, infecções e, em alguns casos, complicações fatais”, complementa Duarte.