“Todos Contra Um” é um filme que já está sendo roteirizado em Valença, no Baixo Sul da Bahia, e se propõe a abordar questões sociais contemporâneas de forma provocadora e incisiva. No entanto, apesar de sua intenção nobre, o filme, se gravado de forma contrária, deve falhar na tentativa de cumprir suas promessas e pode acabar se tornando uma experiência frustrante para o espectador, digo eleitor.
O enredo se for mantido no roteiro atual, gira em torno de um protagonista solitário, egoísta, que alega saber fazer tudo só, e já ‘perdendo a mão’ do controle se vê confrontado por uma sociedade inteira. A premissa inicial promete uma análise profunda dos mecanismos políticos arcaicos no modelo político atual. No entanto, o filme deve optar por uma abordagem simplista, caindo em clichês e estereótipos, caso o elenco se mantenha até o final.
A construção do personagem salvador da pátria é um dos pontos fracos do filme. O protagonista é retratado como uma figura idealizada, sem nuances ou falhas. Ele é colocado como o único ser humano dotado de empatia e consciência social, enquanto todos os outros personagens na visão do mesmo são afonsinos e representam incompetência para o aspirante de Sassá Mutema.
Além disso, a narrativa do filme vai gerar muita confusão e fragmentação, certamente com intervenções de elenco externo. As cenas prometem desordenação e desconexão, o que dificulta a compreensão do desenvolvimento da trama. A falta de coerência narrativa prejudica a mensagem que o filme vai tentar transmitir, tornando-se apenas um conjunto de sequências desconexas que não se sustentam, já que o persona principal dias esta na paz e dias estará na bruxa com alguns que ele mesmo insiste em elogiar.
A abordagem visual e estética também deixa a desejar, já que o personagem é inacessorável, mas se finge de tímido. O filme, ainda que dirigido por James Cameron, vai utilizar uma paleta de cores sombria e uma iluminação excessivamente dramática, o que acaba se tornando exagerado e artificial. Essas escolhas estéticas não contribuem para a imersão do espectador na história, pelo contrário, distraem e causam uma sensação de artificialidade.
Apesar de suas falhas, é importante ressaltar que “Todos Contra Um” tem a intenção de trazer à tona problemas sociais relevantes e incentivar a reflexão, mas cairá na mesmice, já que fica parecendo uma peça teatral pautada em fofocas. No entanto, seus ensaios negligentes e falta de originalidade acabam minando sua própria proposta.
Em suma, “Todos Contra Um” é um filme que, apesar de abordar questões importantes, falha em trazer uma narrativa coesa, personagens complexos e uma estética visual adequada. Sua superficialidade e falta de originalidade prejudicam a mensagem que se propõe a transmitir. Infelizmente, é um exemplo de como uma boa intenção nem sempre é suficiente para criar um produto consumível. Aguardem, mesmo com todas as desgraças narradas, “Todos Contra Um”, vai entrar em cartaz, vai para as ruas e terá quem aprecie sem moderação!