Doença é uma das principais causas de mortalidade no Brasil
Nesta terça-feira, 29 de outubro, é celebrado o Dia Mundial do AVC, também conhecido como Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma das principais causas de mortalidade no Brasil e a principal causa de incapacidade no mundo. Dados do portal de Transparência do Registro Civil indicam que, até agosto deste ano, mais de 50 mil pessoas perderam suas vidas devido a essa condição.
A Organização Mundial do AVC ressalta que uma em cada quatro pessoas poderá ter a doença, mas medidas adequadas de prevenção podem evitar até 90% dos casos. A neurologista Lara Guimarães, do Hospital da Bahia, destaca a importância de controlar os fatores de risco.
“Os principais fatores de risco para o AVC incluem hipertensão, diabetes, colesterol elevado, tabagismo e algumas arritmias cardíacas. Essas condições podem causar danos nos vasos sanguíneos do cérebro e de outros órgãos, levando a inflamação e acúmulo de gordura, o que pode obstruir a circulação sanguínea e, em casos extremos, resultar na ruptura dos vasos.”
Para reduzir o risco de AVC, Lara recomenda mudanças de estilo de vida: “A maioria dos fatores de risco são modificáveis. Atividade física regular, dieta balanceada, controle da pressão arterial, da glicemia e do colesterol, além da cessação do tabagismo, são fundamentais.”
A médica ressalta que a identificação rápida dos sinais de um AVC é crucial para o tratamento eficaz. “Os sintomas ocorrem de forma súbita e incluem fraqueza em um lado do corpo, dificuldades de comunicação, perda súbita da visão e alteração no equilíbrio.”
Ela ressalta que o tratamento depende do tempo de início dos sintomas. “Para o AVC isquêmico, onde há interrupção do fluxo sanguíneo, a administração de um trombolítico é eficaz se realizada nas primeiras 4h30min. Quanto mais cedo os sintomas forem reconhecidos e o paciente levado ao hospital, maiores as chances de recuperação.”
Solange Cavalcanti Vita, de 58 anos, teve um AVC em julho deste ano com sintomas que começaram de forma súbita e leve, como dormencia e enjoo. Ela afirmou que ter ido imediatamente a um hospital investigar o que estava acontecendo foi crucial.
Ela ressalta a importância da prevenção, destacando a necessidade de exames regulares e acompanhamento médico. “Depois que eu tive AVC, comecei a conversar com as pessoas e vi que tem muita gente que está tendo AVC sem nem saber o motivo. Tem gente que tem doenças preexistentes, mas tem gente que não tem nada, gente nova. Então, a questão da prevenção em relação aos exames, a fazer seus acompanhamentos e se conhecer, isso é fundamental”.
Avanços no Tratamento
Nos últimos anos, houve avanços significativos no tratamento do AVC isquêmico, especialmente com a trombectomia mecânica. “Esse procedimento endovascular permite a retirada do coágulo que obstrui o fluxo sanguíneo. Pacientes que passam por esse tratamento apresentam melhorias significativas nos déficits neurológicos, resultando em menores taxas de incapacidade e mortalidade,” explica Lara.
Conscientização
De acordo com a neurologista, iniciativas como o Dia Mundial do AVC são fundamentais para aumentar a conscientização sobre a doença. “É crucial que a população entenda que o AVC é uma emergência médica. Isso permitirá que mais pacientes busquem atendimento médico rapidamente, aumentando as chances de tratamento eficaz e melhora do quadro neurológico.”
FONTE: A Tarde