Há pouco menos de um mês, um trágico acidente comoveu a Bahia e ecoou por todo o país. Duas lanchas colidiram durante a travessia no Rio do Inferno, porta de entrada da Ilha de Boipeba que compõe o município de Cairu, Baixo Sul do Estado. O caso resultou em feridos e na perda de duas vidas. Inicialmente, existiam suspeitas de embriaguez sobre um dos condutores, mas exames posteriormente descartaram essa hipótese, liberando-o de culpa.
Entre os cenários de Boipeba, esse trecho marítimo se destaca, e é atração para turistas em busca de novas experiências no arquipélago baiano. Hoje, o Rio é marcado por imprudente excesso de rapidez das lanchas. Em resposta aos perigos iminentes, a Marinha estabeleceu um limite de velocidade: 10 nós, equivalente a 18 km/h.
O delegado Raimundo Nery, destacou a estreiteza do canal do Rio do Inferno, exigindo uma navegação cautelosa, especialmente em períodos de baixa maré.
O acidente fatal deveria ter sido um alerta para a adoção de condutas mais seguras, no entanto, relatos de visitantes indicam que os marinheiros persistem em navegar sem considerar os perigos iminentes. Em vídeo viralizado nas redes sociais, é possível identificar uma embarcação denominada Lancha Felixx, com vários turistas, fazendo ultrapassagens arriscadas, em alta velocidade, no mesmo rio onde ocorreu o acidente citado anteriormente.
Os riscos são abundantes, e agravam ainda mais a ameaça à segurança em uma época do ano em que as ilhas estão amplamente frequentadas. A busca desenfreada por adrenalina expõe a imprudência, levantando a questão crucial: até que ponto o individualismo humano pode ignorar riscos e colocar em perigo a vida do próximo? É imperativo compreender que momentos de euforia podem facilmente transformar-se em tragédias irreparáveis.
Em resposta a negligência do piloto da Lancha Felixx, a Prefeitura de Cairu suspendeu o alvará de passeio da embarcação, e encaminhou o caso à Capitania dos Portos da Bahia.
