Search
Close this search box.

‘Peguei a faca e joguei o mais longe que pude’, diz baiano que ajudou carioca a parar ataque contra crianças na Irlanda

Compartilhar

Caso ocorreu perto de uma escola, em Dublin, e deixou cinco feridos.

“Peguei a faca e joguei o mais longe que pude”, disse o baiano Eder Santos em entrevista ao Bahia Meio Dia, telejornal da TV Bahia, nesta quarta-feira (29). Ele ajudou o carioca Caio Benício a parar um ataque que deixou 5 feridos — 3 deles crianças — perto de uma escola de Dublin, na Irlanda.

O caso ocorreu na última quinta-feira (23), no momento em que o carioca Caio Benício estava na hora do almoço e percebeu um movimento diferente na calçada de uma escola. Ele derrubou o agressor usando capacete de moto.

Já Eder Santos, é natural de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, e mora na Irlanda. Ele estava indo para casa, de bicicleta, quando escutou uma mulher gritar do outro lado da rua.

“Eu olhei e vi o homem golpeando o peito da criança. Ele colocou a criança contra a grade e deu de três a quatro golpes de faca no peito da criança. Eu desci da minha bicicleta, tinha outro rapaz que estava pedalando na minha frente, que era irlandês. Ele saiu correndo e eu [também] saí correndo para cima, para tentar parar o agressor”, relatou.

Depois disso, o baiano disse que lembrava apenas da faca caindo no chão.

Eu peguei a faca e saí correndo. Atravessei a rua, aonde estava minha bicicleta, e joguei a faca no mato, o mais longe que eu pude

Eder Santos, baiano que ajudou carioca a parar ataque na Irlanda

Ao voltar para o local do ataque, Eder percebeu que “a situação estava controlada”: o agressor havia sido contido e estava sendo “protegido” por duas mulheres, para que não fosse linchado por populares. Além disso, o socorro e a polícia já haviam sido acionados.

Ao relembrar como uma das vítimas estava, o baiano não conteve as lágrimas.

“A criança estava com a mão sangrando, o rosto sujo de sangue e com o olhinho entreaberto”, detalhou emocionado.

Ainda conforme o baiano, uma pessoa que estava no local começou a fazer massagem cardíaca na criança e, em questão de minutos, chegou uma ambulância para socorrer as vítimas. Em seguida, a polícia chegou ao local.

Na hora do ocorrido, Eder não havia se atentado que suas digitais ficaram registradas na faca do agressor. Mas, quando a adrenalina diminuiu, ele entrou em choque e ficou sem saber o que fazer.

“Liguei para o colega que mora comigo, ele é irlandês, e falei: ‘aconteceu uma tragédia, vi um maluco atacando uma criança. Eu peguei na faca, eu me compliquei, e agora, o que faço? Vou para casa ou tenho que falar com a polícia?'”, questionou.

O colega de Eder tentou acalmá-lo por telefone e orientou que ele procurasse a polícia e relatasse o ocorrido, já que tinha sido testemunha do ataque.

“Voltei para onde estava a faca, mas já tinha um policial protegendo a faca e, do lado dele, tinha um francês de 17 anos, o Alan, ele entrou em luta corporal com o agressor. Ele se machucou, estava com um corte no rosto e a mão também estava machucada”, comentou.

“Eu falei para o policial que eu tinha pego a faca, eles [policiais] me levaram rapidamente para a delegacia e me trataram muito bem. Pediriam para que eu ficasse tranquilo. Prestei meu depoimento e, depois, eles me trouxeram para casa. Além disso, estão me dando todo o suporte psicológico, mas está sendo muito difícil para mim”.

FONTE: G1 Bahia

Ultimas notícias
810033418147421486