O fígado, que é a maior glândula do corpo humano, possui um peso aproximado de 1,5 quilo e está localizado no lado direito do organismo. Sua importância é fundamental para a vida, pois desempenha diversas funções vitais, incluindo a filtragem de bactérias, o armazenamento de nutrientes, a síntese de proteínas essenciais e a desintoxicação do corpo. Devido à sua relevância, as doenças que afetam esse órgão e frequentemente levam à morte são de grande interesse médico.

Existem diversos agentes que podem ocasionar problemas no fígado, incluindo fatores internos, como respostas do sistema imunológico do organismo a situações de desequilíbrio, e fatores externos, como a presença de vírus e o abuso de substâncias, como álcool e medicamentos.

Entre esses medicamentos, destaca-se o Paracetamol, um analgésico amplamente disponível que, quando ingerido em doses elevadas, pode causar lesões hepáticas. Se o dano for extenso ou identificado tardiamente, o único recurso para garantir a sobrevivência do indivíduo é o transplante hepático de emergência. Esse procedimento é de alto custo e carrega consigo consideráveis riscos.

O principal problema causado pelo uso excessivo de Paracetamol é a hepatotoxicidade, que é a toxicidade do fígado. A substância ativa do medicamento, quando metabolizada pelo fígado, pode gerar metabólitos tóxicos. Normalmente, o organismo consegue neutralizar esses compostos nocivos em quantidades controladas. No entanto, em doses excessivas, a capacidade do fígado de realizar essa metabolização pode ser ultrapassada, resultando na acumulação de metabólitos tóxicos.

Esses metabólitos tóxicos podem danificar as células do fígado, levando a uma condição conhecida como necrose hepática, que é a morte das células hepáticas. A necrose pode levar à inflamação do fígado e causar hepatite medicamentosa, que é uma reação inflamatória do órgão como resposta ao dano causado pelo Paracetamol.